A escola é o lugar onde a democracia deveria ser vivida no mais amplo sentido da palavra. Neste lugar deveria existir respeito às diferenças, onde a participação de todos fosse valorizada. No entanto, são muitas as razões que permeiam todas estas questões, tornando-as muitas vezes inviáveis. Os critérios pessoais e particularistas na gestão dos recursos da escola, ainda revelam uma gestão patrimonialista e autoritária, na qual o gestor impõe sua visão e opinião sob os demais. Isso desvaloriza o aluno, o professor, os pais como seres atuantes no papel de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Faltam exemplos dentro do ambiente escolar, pessoas que realmente vistam a camiseta e legitimem suas convicções como educadores, ou seja, do que adianta falarmos em gestão democrática enquanto dentro da escola ainda existem pessoas que preferem agir de acordo com seus interesses pessoais, impondo regras aos demais? Ainda existem discursos democráticos forjados dentro das gestões atuais. Muitos de nós ainda não sabemos como lidar com a opinião de outros sobre nossa autonomia em sala de aula. Naturalmente que ela é justa e necessária, mas precisamos aprender sobre humildade. Onde reconhecer o que não está bom não significa fracassar, mas sim nos darmos a chance de transcender, de melhorar. Estamos em uma época de plenas mudanças, há muito a aprender ainda, embora não existam modelos prontos, existem experiências bem sucedidas, as quais precisam ser compartilhadas no intuito de enriquecermos nossas tentativas em melhorar o ensino. O PPP é um começo para uma tentativa de definir caminhos, mas algumas escolas elaboram seus PPP’s sem a participação dos principais agentes que constituem a escola. É fato que quanto maior for a participação na tomada de decisões, divergências surgirão. Será mais difícil de negociar, mas mesmo assim, será mais legítimo, pois isto revela a verdadeira democracia. As discordâncias são necessárias a todo processo de transformação. Neste caso existem as discussões, onde o respeito à opinião alheia será exercitado, onde cada opinião é importante para ampliar os horizontes sobre quais mudanças a escola necessita, sobre quais são as prioridades em termos de recursos. Enfim, embora tenhamos muitos desafios pela frente no sentido de aprendermos como se faz uma gestão democrática, precisamos nos permitir ousar e apostarmos em uma educação que priorize novos valores, onde discordar faz parte do processo de busca por um denominador comum. Um país com tanta riqueza cultural necessita urgente de uma ampla conscientização da população da importância de sua participação na construção da sociedade que queremos, um lugar onde todo e qualquer cidadão saiba que tem o direito de escolher sobre seu futuro e das futuras gerações.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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